domingo, 24 de março de 2013

Catastroika


O novo documentário da equipa responsável por Dividocracia chama-se Castastroika e faz um relato avassalador sobre o impacte da privatização massiva de bens públicos e sobre toda a ideologia neoliberal que está por detrás. Catastroika denuncia exemplos concretos na Rússia, Chile, Inglaterra, França, Estados Unidos e, obviamente, na Grécia, em sectores como os transportes, a água ou a energia. Produzido através de contribuições do público, conta com o testemunho de nomes como Slavoj Žižek, Naomi Klein, Luis Sepúlveda, Ken Loach, Dean Baker e Aditya Chakrabortyy.
De forma deliberada e com uma motivação ideológica clara, os governos daqueles países estrangulam ou estrangularam serviços públicos fundamentais, elegendo os funcionários públicos como bodes expiatórios, para apresentarem, em seguida, a privatização como solução óbvia e inevitável. Sacrifica-se a qualidade, a segurança e a sustentabilidade, provocando, invariavelmente, uma deterioração generalizada da qualidade de vida dos cidadãos.
As consequências mais devastadores registam-se nos países obrigados, por credores e instituições internacionais (como a Troika), a proceder a privatizações massivas, como contrapartida dos planos de «resgate». Catastroika evidencia, por exemplo, que o endividamento consiste numa estratégia para suspender a democracia e implementar medidas que nunca nenhum regime democrático ousou sequer propor antes de serem testadas nas ditaduras do Chile e da Turquia.

O processo global de privatizações, que começou nos anos 80, ganhou, com a crise e com a intervenção de burocratas não eleitos nas políticas dos países, um novo impulso. Dos correios aos caminhos de ferro, os resultados são conhecidos por essa Europa fora: a qualidade não melhorou, os preços ao consumidor aumentaram e os contribuintes acabaram sempre por pagar a factura dos erros cometidos. A menina dos olhos dos saqueadores são os monopólios naturais. Sobretudo a energia e água. Percebe-se porquê. Portugal prepara-se para privatizar quase tudo: aeroportos, água, correios. A conduzir este processo estará o antigo vice da Goldman Sachs, António Borges. Mas estamos longe de estar sozinhos neste saque generalizado. Por isso, e não perdendo mais tempo com palavras que serão redundantes com o documentário que aqui vos deixo: 


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