A geometria sagrada obedece às leis cósmicas e expressa graficamente as relações e proporções entre os mais diversos polígonos regulares e especiais. Expressa a própria harmonia musical e, como a música, diz coisas que o nosso intelecto sozinho, sem a colaboração do centro emocional, não pode compreender. Usamos a geometria sagrada e o eneagrama, com as suas relações e analogias gráficas, para aceder os centros superiores, cuja linguagem é simbólica e directa, levando-nos a sub-conscientemente reconhecer a ordem no meio do caos". (Gurdjieff)
A geometria existe por toda parte na natureza: a sua ordem sub-jaz à estrutura de todas as coisas, das moléculas às galáxias, do menor vírus à maior baleia. Apesar do nosso distanciamento do mundo natural, nós, os seres humanos, ainda estamos amarrados às leis naturais do universo.
A geometria - termo que significa "a medição da terra" ¬ talvez tenha sido uma das primeiras manifestações da civilização em seu nasce douro. Instrumento fundamental a tudo o que é feito pelas mãos humanas, a geometria desenvolveu-se de uma habilidade primitiva - a manipulação da medida, que nos tempos antigos era considerada um ramo da magia.
A harmonia inerente à geometria foi logo reconhecida como a expressão mais convincente de um plano divino que subentende-se ao mundo, um padrão metafísico que determina o padrão físico. Esta realidade interior, que transcende a forma exterior, continuou a ser ao longo de toda a história a base das estruturas sagradas.
A proporção e a harmonia seguem naturalmente o exercício da geometria sagrada, que parece correta porque ela é correta, ligada como está meta-fisicamente à estrutura esotérica da matéria.
A geometria sagrada está inextricavelmente ligada a vários princípios místicos. Talvez o mais importante deles seja aquele que se atribui ao fundador da alquimia, Hermes Trismegisto, o Três Vezes Grande Heimes. Esta máxima é o fundamental. "Acima, como abaixo" ou "O que está no mundo menor (microcosmo) reflete o que está no mundo maior ou universo (macrocosmo)"
Assim, a geometria sagrada diz respeito não só às proporções das figuras geométricas obtidas segundo a maneira clássica com o uso da régua e compassos, mas também às relações harmônicas das partes de um ser humano com um outro; à estrutura das plantas e dos animais; às formas dos cristais e dos objetos naturais - a tudo aquilo que for manifestações do continuum universal.
Os princípios norteadores da geometria sa¬grada transcendem as considerações religiosas sectárias. Como uma tecnologia que tem o objetivo de reintegrar a humanidade no todo cósmico, ela funcionará, como a eletricidade, para todas as pessoas que observarem os critérios, não importa quais sejam os seus princípios ou propósitos.
A aplicação universal dos princípios idênticos da geometria sagrada em lugares separados no tempo, no espaço e por crenças diferentes atesta a sua natureza transcendental.
Assim, a geometria sagrada foi aplicada nos templos pagãos do Sol, nos reli¬cários de Ísis, nos tabernáculos de Jeová, nos santuários de Marduk, nos santuários erigidos em honra dos santos cristãos, nas mesquitas islâmicas e nos mausoléus reais e sagrados. Em todos os casos, uma cadeia de princípios imutáveis conecta essas estruturas sagradas.
Por ser a geometria uma imagem da estrutura do cosmos, ela pode ser facilmente utilizada como um sistema simbólico para a com¬preensão de várias estruturas do universo. Todos os padrões geométricos refletem, verdades que estão muito além das suas simples derivações, mesmo os complexos relacionamentos com outras geometrias. A estrutura deles está em harmonia com o universo e com todas as formas físicas, estruturais e psico¬lógicas que constituem a unicidade.
Toda forma geométrica está investida de significado psicológico e simbólico. Assim, tudo aquilo que é feito pelas mãos do homem e que incorpora esses símbolos de uma maneira ou de outra torna-se um veículo para as idéias e as concepções corporificadas em sua geometria. Através dos tempos, as geometrias simbólicas complexas agiram como a base para a arquitetura sagrada e profana, variando a geometria de acordo com a função.
Algumas geometrias continuam sendo ainda hoje poderosas imagens arquetípicas da fé: logo ocorre à nossa mente, com símbolo do judaísmo, o hexagrama. Outras geometrias foram menos conhecidas pelo público, sendo usadas para indicar àqueles que "estavam a par" alguma verdade esotérica, como o Vesica Piscis do tampo da Fonte Chalice em Glastonbury. Outras, todavia, estão ocultas nas profundezas dos artefatos místicos - ou até mesmo nas brincadeiras das crianças.
Onde quer que a geometria tenha sido usada, consciente ou inconscientemente, o seu simbolismo ainda se faz presente. Através de todo o universo conhecido, a função da sua geometria é um valor imutável da existência transitória.
O círculo:
Talvez o círculo tenha sido o símbolo mais antigo desenhado pela raça humana. Simples de ser executado, é uma forma cotidiana encontrada na natureza, vista nos céus como os discos do sol e da lua, e ocorre nas formas das plantas e dos animais e nas estruturas geológicas naturais.
O círculo representa o complemento e a totalidade, e as estruturas redondas ecoam peculiar-mente esse princípio.
"Faz um círculo ao redor do homem e da mulher e desenha fora dele um quadrado e fora do quadrado um triângulo. Faz um círculo ao redor dele e terás a pedra dos filósofos.”
(Rosarium Philosophorum) R+C.
O círculo contém aí a imagem do homem, como no famoso desenho virtuoso de Leonardo da Vinci. Com base nesta figura fundamental, pode-se produzir o quadrado e, depois, as outras figuras geométricas. A pedra dos filósofos, a súmula de todas as coisas e a chave para o conhecimento, é produzida dessa maneira e representada pelo círculo, a figura matriz de que podem ser geradas todas as outras figuras geométricas.
Essas figuras - o vesica piscis, o triângulo equilátero o quadrado, o hexágono e o pentágono -, todas elas mantêm relações diretas umas com as outras.
O quadrado
Geometricamente, o quadrado é uma figura única. Pode ser dividido com precisão por dois e por múltiplos de dois apenas com um esboço. Também pode ser dividido em quatro quadrados quando se faz uma cruz que define automaticamente o centro exacto do quadrado. O quadrado, orientado para os quatro pontos cardeais (no caso das pirâmides egípcias, com um exactidão fenomenal), pode ser novamente bisseccionado por diagonais, que o dividem em oito triângulos. Essas oito linhas, partindo do centro, formam os eixos que indicam as quatro direcções cardeais e os "quatro cantos" do mundo - a divisão óctupla do espaço. Representando o microcosmo e, em consequência, considerado como um emblema da estabilidade do mundo.
O hexágono:
O hexágono é uma figura geométrica natural produzida pela divisão da circunferência de um círculo por meio dos seus raios. Os pontos da circunferência são conectados por linhas retas e produzem uma figura com seis lados iguais.
É produzido naturalmente na fervura e na mistura de líquidos. O físico francês Bénard observou, durante as suas experiências de difusão em líquidos, que os padrões hexagonais se formavam frequentemente em toda a superfície. Sujeitos às mesmas forças universais de viscosidade e de difusão, padrões similares são criados naturalmente num líquido fervente. O hexágono natural mais bem conhecido é aquele que se vê nos favos das abelhas.
A relação direta do hexágono com o círculo está ligada a uma outra propriedade interessante segundo a qual os vértices alternados dessa figura podem ser conectados por linhas retas para a produção do hexagrama. Essa figura, composta de triângulos equiláteros que se interpenetram, simboliza a fusão dos princípios opostos masculino e feminino, quente e frio, água e fogo, terra e ar, etc. e é, por conseguinte, símbolo da inteireza arquetípica, o poder divino da criação.
O triângulo:
Todos os símbolos geométricos, possuem seu valor, mas o triângulo é de grande importância e a variedade em sua aplicação é difundida em todos os sistemas. É a representação simbólica de Deus. Seus pontos estão em harmonia, equilíbrio, não têm tensão. A distância é a mesma entre qualquer de seus pontos. Todas as três civilizações usaram pirâmides de Luz.
Seja pelo círculo, pelo triângulo ou pelo quadrado, o mistério da geometria sagrada conduz todas as peças e elementos da sociedade a uma herança comum, uma unidade conjunta de criatividade evolutiva presente em todas as filosofias e cosmologias precedentes e subsequentes Noções de geometria sagrada já eram escritas há mais de vinte e cinco séculos, e desde então este tema inesgotável tem sido tratado pelas tradições religiosas de todas as principais culturas da Ásia, Europa, Oriente Médio, África, Américas e Pacífico.
No uso hábil da geometria, encontramos sentido não apenas para os números irracionais, mas para todas as formas psicológicas que transcendem a estrutura social, como o sinal de uma cruz dentro de um círculo, um símbolo espiritual profundo de irmandade reconhecido por seus adeptos. Na geometria sagrada a vitória superior da consciência é encontrada através do poder do Espírito Supremo.
Geometria Sagrada - o que é?
A Geometria Sagrada é uma metáfora da ordenação do Universo: é o estudo das proporções, padrões, sistemas, códigos e símbolos que sub-jazem como eterna fonte da vida, da Matéria e do espírito.
A Geometria Sagrada é a “aura” digital da criação.
É o Génesis de todas as formas.
É um caminho para compreender quem somos, de onde vimos e onde estamos.
É uma Ciência antiga, herdada através do antigo conhecimento hermético, egípcio e grego.
Elaboramos estes significados com base em códigos, estruturas, linguagens e símbolos.
A natureza também tem a sua própria linguagem, a linguagem geométrica.
A Geometria Sagrada é o código e o utilizar do alfabeto da Natureza que se encontra na Arte, na Arquitectura, no Desenho, na Ciência, na Física vanguardista, na Geomancia, na Música, na Cabala, nas Matemáticas, na Ciência de Implosão, no ADN, nas Reticulas terrestres, nas Cores, no nosso Coração, nos Animais, na Geologia, nas linguagens, na Flor da Vida.
Em suma, a Geometria é a Ciência que estuda as proporções e as medidas da matéria, da Terra; e Sagrada tanto na sua relação como no princípio da auto-sustentação.
Deixo aqui um pequeno video com mais informação sobre geometria sagrada .
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