O mais recente fenômeno sexual entre a juventude japonesa.
O Instituto Nacional de Sexologia do Japão define o termo "sexless" (sem sexo) para casais que têm relações com frequência inferior a uma vez por mês. Mas como mostra o documentário "O Império dos sem Sexo", cujo título evoca propositalmente o filme "O Império dos Sentidos" de Nagisa Oshima, cada pessoa tem o seu próprio conceito de abstinência. Há aqueles que, apesar de terem relações uma vez por ano ou até a cada dois anos, não se consideram sem sexo.
Além disso, não é propriamente o sexo que está em declínio, e sim as relações conjugais.
O conforto material parece ter suprimido o desejo dos japoneses. Pornografia e prostituição oferecem um prazer imediato e sem esforços. No Japão atual, o casal desaparece para dar lugar aos indivíduos. Cada um na sua própria ilha, preferindo a própria companhia em detrimento do outro, a masturbação em detrimento da sexualidade partilhada. O sexo deixou de ser um elemento de construção da identidade, do casal, passou a ser uma simples questão de alívio. A fuga da realidade, a procura desesperada de um consolo, o individualismo, fazem parte dessa nova sexualidade egocêntrica.
Será que o Japão é essencialmente diferente ou está simplesmente mais avançado?